Falar de arquitetura de interiores sem antes falar de arquitetura é uma tarefa muito complicada. Isso porque ao projetarmos uma casa ou outra edificação qualquer, nós, arquitetos, levamos sempre em consideração o que irá acontecer dentro desses espaços. Os ambientes são dimensionados de acordo com os usos e necessidades de cada cliente.
A arquitetura de interiores, de um modo geral, se resume ao aproveitamento máximo dos espaços internos tendo como objetivos a beleza e a harmonia entre os elementos, conforto e funcionalidade para os usuários.
O projeto de interiores pode e deve ser elaborado juntamente com o projeto arquitetônico. Em casos de reformas, o projeto pode ser desenvolvido de duas maneiras: a primeira é através da distribuição dos espaços de acordo com usos e fluxos de pessoas em uma sala de planta livre, por exemplo. Pode-se estudar a separação das áreas social e íntima em uma residência ou o isolamento de locais com muitos ruídos do atendimento ao público numa empresa. A segunda maneira e a mais utilizada é a transformação dos espaços existentes para receberem novos usos, como converter casas em escritórios, consultórios ou estabelecimentos comerciais ou transformar um quarto que não se usa mais em home theater. Vale a pena lembrar que, por formação, o arquiteto tem conhecimento de questões estruturais, o que lhe permite a construção de forros e paredes para delimitar espaços ou a demolição das mesmas para ampliações, sempre tomando por base e estrutura existente.
Mas, independente dos casos descritos acima, um projeto de interiores engloba muito mais: a escolha do mobiliário adequado para cada ambiente com a possibilidade de um desenho exclusivo de acordo com a necessidade do cliente (escritórios sob medida, dormitórios, móveis para coleções, etc....); estudo de cores para destacar paredes, ampliar pequenos espaços, alegrar ambientes infantis...
A escolha de revestimentos sempre é uma tarefa complicada para o proprietário da obra, já que a variedade existente no mercado é muito grande. O arquiteto pode ajudá-lo na escolha certa para cada ambiente, tirando partido da variedade de produtos e de inúmeras combinações possíveis para tornar cada espaço único. A iluminação acontece da mesma forma: o projeto busca sempre a quantidade certa de luz para cada atividade desenvolvida dentro dos ambientes, as melhores opções de luminárias e economia de consumo.
Na hora de elaborar um projeto de arquitetura de interiores, muitos fatores são levados em consideração como insolação e ventilação. A localização e os usos do imóvel também são analisados para se estudar as necessidades e restrições na legislação vigente. Mas um outro fator, talvez o mais importante a se considerar, é o perfil do usuário, das pessoas que irão utilizar esse espaço. Os gostos, preferências, culturas e hábitos devem aparecer no projeto para que as pessoas sintam-se bem no local que escolherem para morar ou trabalhar.
E agora, um assunto que interessa a todos: o quanto se quer e se pode gastar na obra. Deixar sua casa confortável não é luxo e não precisa custar caro. A arquitetura de interiores pode estar presente desde o início ou adaptar o que já existe, dependendo de cada situação.
A escolha de um arquiteto é um dos fatores que garante o sucesso da obra. Atualizado sobre novas soluções e produtos que surgem diariamente, seu planejamento evita gastos desnecessários como desmanchar o que já foi feito. E o mais importante é a certeza do resultado: tudo é resolvido em projeto. A apresentação é feita de modo que o cliente compreenda o resultado final através de plantas, cortes, perspectivas e maquetes e não tenha nenhuma surpresa desagradável no decorrer da obra.
Um bom arquiteto vai juntar todo seu conhecimento com os anseios do cliente. O nosso trabalho é sempre fundamentado em esclarecer sobre todas as decisões que serão tomadas e nunca impor nossa vontade sobre a do proprietário. E como já dizia o renomado arquiteto Arthur de Mattos Casas, “não acho que você tenha que mudar a cada estação que muda. Design e Arquitetura não têm que mudar igual à moda. Você não vai eliminando uma coisa acreditando noutra: você tem que ir acumulando coisas e mudando lentamente. Acho que é aí que você se envolve com o trabalho real, de fato, sincero, honesto e bom. Se for bom, você vai ver”.
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