Arquitetura é a arte de projetar e organizar espaços internos e externos seguindo critérios de estética, conforto e funcionalidade.

Artes

HISTÓRIA DAS ARTES

A Liberdade Conduzindo o Povo - Delacroix

ARTE COMO LINGUAGEM UNIVERSAL

A Jangada do Medusa - Géricault

Apreciar a arte é sempre agradável, mas apreciá-la integralmente exige certos conhecimentos.
Devemos obter alguns instrumentos críticos para julgarmos mais tecnicamente uma obra.
Ver uma obra de arte é diferente de “ter um olhar sobre ela”.

PRIMEIROS INDÍCIOS DE MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS

25 mil anos atrás.
O homem já andava ereto há milhões de anos.
O homem passa a fazer além de instrumentos, imagens.
Os primeiros objetos artísticos tinham a intenção de controlar as forças da natureza.
Era dada a representação o mesmo valor de existência do representado.

PINTURAS EM CAVERNAS


As primeiras pinturas em cavernas foram descobertas em 1879, por uma menina espanhola de 7 anos, Maria e seu pai, Marcelino Sans de Santuola, no teto da gruta de Altamira na Espanha.
Figuras de animais como: bizontes, cavalos, javalis, e gamos se juntavam tumultuosamente, aproveitando o relevo das pedras para criar volume nos corpos.
Existência de rica policromia (várias cores: vermelho, amarelo, negros, roxos) e o tipo de modelagem confirmam a obra de um artista, com recursos técnicos e expressivos.
As figuras não tinham caráter decorativo, mas simbólico.
Durante muito tempo não se acreditou que estas pinturas fossem pré – históricas.
Somente em 1901 a comunidade científica passou a dar créditos a essa hipótese.
A partir daí novas descobertas foram consideradas: lascaux (1940), Levanzo (1949) e Rouffignac (1956).

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

 Na criação dessas imagens, os artistas das cavernas usavam carvão para delinear as irregularidades na rocha que se assemelhavam as formas encontradas na natureza.
O volume era dado pelas saliências, enquanto as tonalidades terrosas emprestavam contorno e perspectiva.
Os desenhos, muitas vezes, eram superpostos aleatoriamente, talvez atendendo à necessidade de novas imagens antes de cada caçada.
Essas imagens, sempre figuras de animais, são representadas em perfil bidimensional e parecem flutuar no espaço, sem qualquer representação do ambiente.

ALGUMAS ARTES

ESCULTURAS

VÊNUS DE WILLENDORF



25000-20000 a.C.
Uma das mais antigas figuras humanas conhecida.
Os seios, o ventre e a cabeça redonda estilizada, constituem provavelmente um fetiche de fertilidade, simbolizando abundância.

O TOUCADOR DE LIRA



Arte Neolítica
Naturalismo (estilo)
Produzida em 2000 AC
Confeccionada em mármore
Altura 22,5 cm
Museu Arqueológico – Atenas.

O PENSADOR



Arte Neolítica
Naturalismo
Produzida em torno de 3.500 AC
Procede da Necrópole de Cernavoda.
Confeccionada em terra cota
Altura 14 cm
Museu Histórico – Budapeste, Hungria.

ORANTE



Arte Neolítica
Naturalismo
Produzida em 3.400 AC
Procede do Egito
Confeccionada em terra cota
Altura 29 cm
Brooklin Museum, Nova York

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ARTE EGÍPCIA


Sociedade egípcia era obcecada com a imortalidade.
Conseqüência: Arte praticamente sem mudanças por 3 mil anos.
Preocupação principal: garantir vida após a morte para seus soberanos, considerados deuses e herdeiros de Amon.
Obras de artes existiam para cercar o espírito do Faraó de glórias eternas.
Cada homem possui um duplo ou KA, cuja supervivência ficará assegurada enquanto não se destruir seu corpo ou substituir sua representação.
Maior parte da arte egípcia dedicada ao culto aos mortos.
Tendências ao realismo, para assegurar a identidade entre a imagem e a coisa representada, sendo contudo estática.
Observa-se a lei da frontalidade: tronco e olhos representados de frente, pessoas vistas pela face interna, braços colados ao corpo ou afastados quando suspensos.
Desconheciam as leis da perspectiva.
Figuras humanas e animais dispostos em vários níveis sobre postos e bem delimitados para que não interfiram entre si, e que se possa representar a totalidade de cada um dos seres ou das coisas.

OBRAS

PINTURAS



A TRIBO SEMÍTICA SOLICITA ENTRAR NO EGITO, século X AC, mural, tumba de Beni Hasan, Tebas.




BANQUETE NA FESTA DO VALE (pormenor), 1.400 AC, mural, tumba de Nebamum, Tebas.


CENA DE TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE CEREAIS NO CELEIRO, 1.400 AC, tumba de Iti, Gebelein.

RELEVOS

Templo de Sobek e Haroeris, em kom ombo.


Leste da sala de Edifre (relevo nas colunas).



ESCULTURAS

Templo de Ramsés ll, 129 – 1225 AC, Abu Simbel.


Tampa de um sarcófago exterior, madeira, altura 2.10 m.


O escriba sentado, 2.480 – 2.350 AC, Calcário pólicromado, olhos incrustados, quartzo branco, madeira de ébano e cristal de rocha.

ARTE DA MUMIFICAÇÃO

Extração do cérebro pelas narinas, com um gancho de metal.
Vísceras, fígado, pulmões, estômago e intestinos, removidos e preservados em urnas separadas.
O restante ficava imerso em salmoura durante um mês.
Então o cadáver em conserva era “estendido” para secar.
O cadáver enrugado era então recheado e envolto em várias camadas de ataduras, finalmente era confinado num caixão e num sarcófago de pedra.
O clima seco e a ausência de bactérias auxiliaram no processo de preservação.

ARQUITETURA EGÍPCIA


Período e Localização: 2900 – 700 AC, ao longo da bacia do Rio Nilo.
Arte egípcia se inspira no passado como base de sua renovação.
Por isso mantém coerência em seu desenvolvimento artístico.
Empregam o monumentalismo e a grandiosidade em seus programas de construção.
Desenvolvem a arquitetura religiosa devido às profundas crenças religiosas baseadas no milagre renovado da fertilidade do Nilo.
Desenvolvem uma arquitetura em honra dos Deuses, baseada em permanência e imutabilidade.
Constroem túmulos por acreditarem na vida após a morte.
Clima desértico e abundância de pedras, luminosidade e mão de obra escrava são fatores importantes no tipo de arquitetura egípcia.


As pirâmides dos faraós Miquerinos, Queóps e khéfren encontram – se no limite do deserto à margem ocidental do Nilo onde terminam as terras férteis e o sol se põe sobre o deserto, inimigo da vida.
Sua construção demorava freqüentemente toda uma geração onde centenas de trabalhadores eram instalados junto ao canteiro de obras e muitos perdiam a vida ao deslocarem pedras que pesavam toneladas.
O resultado era uma edificação em escada que representava a hierarquia da sociedade e a garantia da legitimidade e eternidade da cultura egípcia.
Cada pirâmide possuía um templo de culto aos mortos com seu próprio clero, onde a memória do faraó era mantida.
A pirâmide de Queóps orienta as suas faces para os quatro pontos cardeais, assim como as outras, limitando o Delta com o prolongamento de suas diagonais.
Já a inclinação adotada permitia que o raio da estrela Sírio entrasse na câmara do núcleo da pirâmide no primeiro dia do ano.

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ARTE GREGA



“O homem é a medida de todas as coisas“ – Pitágoras.
Conceitos gregos baseados em dignidade e valor do homem.
Figura humana era o principal motivo na arte grega.
Filosofia destacava a harmonia, a ordem e a clareza de pensamentos.
Arte reflete um respeito semelhante pelo equilíbrio.

PINTURAS



Os gregos possuíam amplo conhecimento da pintura.
Infelizmente pinturas murais não chegaram a ser atualidade.
É fato de que na Grécia, a pintura não alcançou o mesmo grau de perfeição formal e expressiva que a escultura.
O que é possível apreciar da pintura grega são os detalhes realísticos das figuras que adornam os objetos domésticos de cerâmica.
A pintura em vasos contava histórias de deuses e heróis da mitologia grega ou narrava eventos contemporâneos, como guerras e festas.
O estilo mais antigo (800 AC) era o “geométrico” por conta de suas figuras e ornamentos.
Já o período “arcaico tardio“ foi a época áurea da pintura em cerâmica.
No estilo da “figura negra ou vermelha”, as figuras se destacavam contra um fundo avermelhado ou preto, riscado com uma agulha.

ESCULTURAS


A beleza do corpo.
Os gregos introduziram o nú na arte.
As proporções ideais das estátuas representavam a perfeição do corpo.
Desempenho atlético e intelectual.
Busca dos dois pólos do comportamento humano - razão e emoção.
As estátuas feitas em mármores eram pintadas com uma mistura de pigmentos em pó e cera.
As cores eram aplicadas nos cabelos, lábios, olhos e unhas das figuras.
O nú masculino sempre foi aceito na escultura.
O nú feminino foi sendo aceito gradativamente, evoluindo de totalmente vestidas ao nu sensual.
Outra inovação foi o princípio do apoio do peso ou contraposto (peso do corpo em uma das pernas).

ARQUITETURA GREGA



Por volta de 2000 AC desenvolveu-se a cultura cretense, do qual resta apenas uma pequena parcela de tudo que foi feito.
Graças a arqueólogos pode – se hoje contemplar palácios como o de Cnossos.
Sem a descoberta de arqueólogos seria praticamente impossível sabermos algo sobre arquitetura dessa época, pois nenhuma construção da antiguidade se encontra completa e no seu estado original.
A cultura Micênica também se desenvolveu no continente grego por volta de 1600 AC.
Exemplo de construção micênica: Fortaleza de Micenas e Templo de Selonte dedicado a Hera.
A partir de 1200 AC os Dórios conquistaram parte da região absorvendo elementos cretenses e micênicos.
Assim passou a formar – se uma identidade comum que atingia a toda Grécia com mitos, cultos, e jogos comuns: as Olimpíadas.
Pelo mesmo motivo irá se desenvolver uma arquitetura homogênea.
O templo era o gênero de construção mais importante, além dos teatros onde também se celebravam cerimônias.
Os gregos também consideravam o templo como sendo a moradia dos deuses, desta forma instalavam a estátua de um deles em seu interior, sendo o acesso permitido apenas aos sacerdotes.
Para realçar esse espaço conhecido como Cella foi inicialmente utilizado colunas de madeiras sendo depois substituídas por pedras.
Deste modo renasceu a construção em pedras, desaparecidas desde a época micênica.
É certo que a cultura desenvolvida por estes povos foi fonte de inspiração estilística para a cultura grega, como por exemplo, no capitel da coluna dórica inspirado nas representações do relevo dos leões do palácio de Micênas.

ORDEM DAS COLUNAS

Ordem Dórica – frontão trabalhado e colunas simples que saem direto do chão sem embasamento.
Ordem Jônica – frontão simples e colunas trabalhadas com capitel mais trabalhado (parte de cima da coluna) e com embasamento.

Em outras regiões já desenvolvidas como o Egito, por exemplo, a arte de construção em pedras era um conhecimento secreto.
Diferentemente do modo de pensar do grego que pregava a liberdade entre seus cidadãos.
Vai se reaprender então todo o processo construtivo caracterizado por regras matemáticas sendo de acesso livre a sua utilização por todos os cidadãos atenienses interessados.

OBS: quando se fala cultura clássica esta se falando em cultura Greco – romana.

Harmonia e clareza das formas é o grande destaque das construções gregas que continuam a ser consideradas perfeitas e exemplares.
Dois conceitos dominam esta arquitetura: medida e proporção.
Os elementos arquitetônicos são racionais em virtude de sua função.
Está sempre presente o princípio de que o homem é a medida de todas as coisas.
Estes dois aspectos: racionalidade e idealismo humanista constituem a raiz da beleza das formas arquitetônicas gregas quanto ao fundamento da estética de seu classicismo.

COSTUMA-SE CARACTERIZAR O DESENVOLVIMENTO GREGO EM TRÊS FASES DISTINTAS

Período Pré – Clássico: Século VIII AC.
Período Clássico: Século V e parte do século IV.
Período Helenístico: A partir das conquistas de Alexandre Magno até a conquista de Corinto por Roma em 146 AC.

Na arquitetura grega se emprega preferencialmente a pedra, entre elas o mármore branco de Parós e do Pontélico e o mais escuro do Monte Hímeto.
Utilizou – se também o calcário de Eleusis e ainda arenito de pedreiras próximas as construções.
A arquitetura grega não se limita apenas à península Balcânica, mas também as ilhas do Egeu e do Jônico e cidades vinculadas à cultura grega na Sicília, no sul da Itália, nas costas das Ásia menor e do Mar Negro até a península da Criméia.
Helenismo – Período em que a cultura grega foi levada para outras regiões.
OBS: Outra característica da arquitetura grega - frontão triangular simétrico e trabalhado (frente da edificação), equilíbrio, emoção, etc... , exemplo: Templo de Posseidon.

Correção Ótica - Para que o conjunto das colunas, os gregos construíam as colunas com uma leve barriga (chamado de entase) e com uma pequena inclinação para dentro da edificação fazendo com que aos olhos pareçam alinhadas e fogem ás técnicas matemáticas.

Parthenon – tem 8 colunas.
Posseidon – tem 6 colunas.

OBS: Outra característica – construção de anfiteatro (acústica perfeita em céu aberto) que depois em Roma virará arena.
O anfiteatro grego foi construído como templo.
Os gregos se aproveitavam da elevação do terreno para fazer o anfiteatro (que podia ser em declive ou aclive), exemplo: Teatro do Santuário de Delfos 160 AC.

A ACRÓPOLE


“O Parthenon, essa máquina terrível, reduz a pó tudo o que encontra num raio de três milhas”.
Le Corbusier, 1911 em visita a Acrópole.

Templo da protetora da cidade “Atena Paterno”.
Totalmente construído em mármore branco.
Destruído pelos persas em 480 AC foi reconstruído por Péricles.
Em 1687 um projétil veneziano atingiu um paiol de pólvoras turco instalado no Parthenon destruindo parte da estrutura.

OBS: busca pela harmonia, equilíbrio e leveza à arquitetura grega, o instrumento utilizado – correção ótica.

Acrópole era a parte mais alta da cidade onde colocavam os templos e prédios públicos.
As dimensões do exterior são enormes, tendo oito ao invés de seis colunas frontais como era o costume da época.
No Parthenon pode – se observar pela primeira vez todas as correções óticas e liberdades arquitetônicas que lhes dão uma dinâmica tão viva.
Nenhuma linha é totalmente reta sendo – lhes imprimidas uma tensão através de uma curvatura praticamente imperceptível.
Para evitar a sensação de rigidez das fachadas, as colunas são ligeiramente inclinadas para dentro, assim como os fustes apresentam uma pequena convexidade (um pequeno embarrigamento) chamada “entase”, que lhes torna perceptível a carga suportada.

(fachada ocidental do Parthenon – Acrópole de Atena 447 / 437 AC)



Fustes – corpo do pilar.
Átrio – parte íntima da edificação.
Perístelo – ala onde recebiam visitas como se fosse pátio, já na parte externa.

Correção Ótica feita para tornar os pilares com visual mais leve e não tão rígidos.
Usavam capitel trabalhado para ficar bonito, pois prezavam harmonia, equilíbrio, simplicidade, mas prezavam a beleza.

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ARTE ROMANA


No seu auge o Império Romano ia desde a Inglaterra até o Egito e desde a Espanha até o sul da Rússia.
Sempre em contato com novos povos os romanos absorveram elementos de culturas mais antigas, principalmente gregas e transmitiram essa mistura cultural (Greco - romana) a toda a Europa Ocidental e norte da África.
Inicialmente os romanos importavam tudo que podiam das obras gregas. Quando não restavam mais originais, os artistas romanos passaram a fazer cópias.
“A Grécia conquistada conquistou seu brutal conquistador“ Horácio.
Com o tempo os romanos acrescentaram talentos gerenciais na arte grega.
Acrescentaram organização e eficiência.
A arte romana é menos idealizada e intelectual que a arte clássica grega, é mais secular e funcional.
Enquanto os gregos brilhavam na inovação o forte dos romanos era a administração.
Por onde chegassem os generais romanos, traziam a lei e os benefícios práticos de estradas, pontes, instalações sanitárias e aquedutos.
Diferentemente dos gregos que homenageavam seus deuses, os romanos glorificavam seus heróis e autoridades.
Suas principais obras mostravam seres humanos realísticos e autoridades idealizadas.
Conheciam a perspectiva e utilizavam círculos e linhas curvas em suas obras.
Principais formas de representação artística: mosaicos, pinturas realistas em paredes, escultura cívica (do governador) idealizada.

ESCULTURAS



Embora tivessem copiado maciçamente a estatuária grega, os romanos desenvolveram gradualmente um estilo próprio.
A escultura romana é em geral mais literal (mais realista, nada fantasiosa).
Os romanos tinham em casa máscaras mortuárias de cera de seus ancestrais.
Essas imagens realísticas eram moldes, totalmente factuais das feições do falecido e essa tradição influenciou os escultores romanos.
A exceção era a produção em série de bustos, semelhantes a deuses, de imperadores, políticos e líderes militares, dispostos em prédios públicos de toda a Europa, reafirmando a presença política a milhares de quilômetros de Roma.
Com o declínio do Império, as estátuas muitas vezes revelam uma brutal honestidade revelando a crueldade de alguns tiranos.

ARQUITETURA ROMANA


Além das leis, talvez a contribuição mais importante de Roma tenha sido nas áreas de arquitetura e engenharia.
Os construtores romanos não só desenvolveram o arco, a abóbada e o domo, como foram pioneiros no uso do concreto.
Essas inovações permitiram cobrir enormes espaços fechados sem a necessidade de suportes internos.

CRIAÇÃO

Pilar e Dintel
Arcos
Abóbada cilíndrica e de arestas

Para construção de arcos utilizava – se estruturas provisórias de madeira que se retiravam uma vez colocadas as aduelas, em forma de cunhas que os formavam.
A Ordem Coríntia passa a ser a preferida de Roma.
Roma funde e assimila elementos dos povos que conquista e incorpora na sua cultura (Etruscos – mestres em fazer estradas e gregos).
Os conhecimentos etruscos sobre construções de estradas, pontes e túneis foram aperfeiçoados, assim como as suas capacidades na construção de abóbadas.
Já os elementos da arquitetura grega decaíram definitivamente para posição de simples decoração.
No que se refere a conceito de arquitetura, os princípios de utilidade, racionalidade e ordem presidem a todas as construções romanas.
“Tratado de Architetura“ escrito provavelmente no século I AC por aquele que foi o teórico máximo da arte romana: Marco Vitrúvio Polion.
No urbanismo, os romanos também se basearam nestes povos mantendo o sistema reticular regular das ruas etruscas e gregas, acrescentando os eixos norte – sul (cardo) e leste – oeste (decumanos).

Viga – horizontal.
Pilar – vertical.
Valdrame – alicerce
Reticulares – ruas cortadas umas pelas outras formando quarteirões (no sentido de malha).

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ARTE MEDIEVAL

A idade média compreende 1000 anos entre os séculos V e XV aproximadamente, desde a queda do Império Romano do Ocidente até o Renascimento.
Durante a primeira fase de 565 até 800 durante o reinado de Carlos Magno, conhecido por Período das Trevas, os povos bárbaros destruíram tudo o que levara a 3000 anos para ser construído.
Três modificações importantes vão ocorrer durante a Idade Média com ampla repercussão na civilização ocidental:
- A liderança cultural se desloca do norte do mediterrâneo para a França, Alemanha e Ilhas Britânicas.
- O cristianismo triunfou sobre o paganismo e o barbarismo.
- A ênfase se deslocou do aqui e agora para o além e da concepção do corpo belo para a de corpo corrupto.
Como o foco cristão se dirigia para a salvação e a vida eterna, desapareceu o interesse pela representação realista do mundo.
Os nús foram praticamente proibidos e até as imagens de corpos vestidos revelavam a ignorância da anatomia.
Os ideais grego–romanos de proporções harmoniosas e equilíbrio entre corpo e mente desapareceram.
Os artistas medievais se interessavam exclusivamente pela alma.
Tinham a intenção de iniciar novos fiéis nos dogmas da igreja.
A arte passa a servir os interesses da igreja.
Os teólogos acreditavam que os cristãos aprenderiam a apreciar a beleza divina através da beleza material.
O resultado foi uma maravilhosa produção de mosaicos, pinturas e esculturas.
A arte medieval se compõe de três estilos distintos:
- Bizantina: mosaicos e ícones.
- Românica: afrescos (pintura em massa fresca) e esculturas estilizadas.
- Gótica: vitrais e esculturas mais naturais.

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ARTE BIZANTINA


Desenvolveu-se na região do Mediterrâneo Oriental desde 330 DC quando o rei Constantino transferiu o trono do Império Romano para Bizâncio, se tornando mais tarde Constantinopla e atualmente Istambul, na Turquia.
O desenvolvimento da arte bizantina irá ocorrer até 1453 quando então Constantinopla cai nas mãos dos turcos.
Durante esses 1000 anos Bizâncio se tornou o centro de uma brilhante civilização, combinando a arte primitiva cristã com a preferência grega oriental pela riqueza das cores e da decoração.

OS ÍCONES

Não se pode falar em arte bizantina sem um olhar para os ícones.
Eram pequenos painéis de madeira com imagens pintadas, supostamente com poderes sobrenaturais.
As imagens de seres sagrados e santos são rígidas, em pose frontal, geralmente com halo e olhar fixo.
Acreditava-se que os ícones tinham propriedades milagrosas e por conta do culto exagerado a esses objetos a igreja os proibiu entre 726 e 843.
Dizia – se que uma das imagens vestia lágrimas e outra emitia aroma de incenso.
Fiéis mais ardorosos os carregavam para as batalhas e outros gastavam suas pinturas de tanto beija - los.
Madeira Pólicromada - madeira que levou várias camadas de várias cores.

OS MOSAICOS


Eram utilizados na propagação do novo credo oficial, o cristianismo.
Diferentemente dos mosaicos romanos, que eram feitos em pedaços de mármore, os bizantinos utilizavam cubos de vidros brilhantes.
As apresentações tinham em sua maioria a imagem do mestre e senhor todo poderoso.
Apresentam também uma suntuosa grandiosidade, com halos iluminando as figuras sagradas e fundo abstrato refulgido em ouro e azul.
As figuras humanas são chapadas, rígidas simetricamente colocadas, parecendo estar penduradas.
Os artesãos não tinham interesse em sugerir perspectiva ou volume.
Figurar humanas altas, esguias, com faces amendoadas, olhos enormes e expressões solenes, olhavam diretamente para frente, sem o menor esboço de movimento.

OS MANUSCRITOS ILUMINADOS


Por conta dos saques que destruíam as cidades do Império Romano, os manuscritos eram tudo o que sobravam entre a Europa Ocidental e o caos generalizado.
Monges e freiras copiavam manuscritos, mantendo viva a arte da iluminação em particular e a civilização ocidental em geral.
Os rolos de papiros usados no Egito e em Roma, foram substituídos por pergaminhos de pele de boi ou de carneiro, feitos de páginas separadas unidas por uma das extremidades.
Os manuscritos eram considerados objetos sagrados que continham a palavra de Deus.
Eram profundamente decorados, de maneira que sua beleza exterior refletisse a sacralização do conteúdo.
Tinham capas de ouro cravejadas com pedras preciosas e semipreciosas.
Até o desenvolvimento da tipografia, no século XV, esses manuscritos eram a única forma existente de livros sobre religião e literatura clássica.

ARQUITETURA BIZANTINA


Enquanto no ocidente as invasões interromperam a continuidade da arte romana, no oriente o Império Romano se mantém até 1453 com sua capital em Bizâncio, depois Constantinopla.
A cultura bizantina se baseia na revitalização do mundo Helenístico (Grécia) e das velhas culturas orientais, sendo um centro receptor das mais diversas tendências da arte romana e das várias escolas de arte Paleo – cristã.
Conservadora e continuadora da antiguidade, foi ao mesmo tempo transmissora ao ocidente de múltiplas criações próprias e da arte oriental.
Tem como características básicas o monumentalismo e grandiosidade das construções, a proporcionalidade dos critérios clássicos, o uso da cúpula e das estruturas totalmente abóbadas, o efeito do claro e escuro e sobre tudo a utilização de decoração pólicromada para esconder as pobres estruturas de tijolos.
O modelo dos templos romanos de planta circular, sobretudo o Panteão, foi aqui continuado e aperfeiçoado utilizando leveza e elegância no lugar de peso e volume

TÓPICOS
Local – Constantinopla e norte da Itália.
Período – 330 - 1453 AC.
Principal forma de construção – igrejas.
Planta – em cruz em cima por cúpulas.
Suporte – pendentes e pilares.
Marca – cúpula.
Decoração – rica internamente, simples externamente, mosaicos.
Efeito – misterioso.
Inspiração – céu.
Objetivo – provocar emoção, transportar.

OBS: Vinaretes – torres ao redor de igrejas.
           Mulcharabis – Treliças usadas no interior da janela (origem árabe).

Istambul – antiga Constantinopla e ex Bizâncio.

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ARTE ROMÂNICA

Maiestas Domini, Iluminura do Evangeliário de Godeslac

Com a instituição da fé católica romana, uma onda de construção de igrejas varreu a Europa feudal no século XI a XIII.
Os construtores tomaram emprestado elementos da arquitetura romana, como colunas e arcos redondos, surgindo assim o termo “Românica“ para definir a arte e a arquitetura desse período.
Apesar de já haver um progresso tecnológico quanto a novos sistemas estruturais, ainda assim serão construídos grandes panos de parede que serão utilizados pelos artistas para desenvolverem suas pinturas chamadas “Murais”.
Cabia a esses artistas representar nas paredes a história da bíblia, a fim de que os fiéis, em sua maioria analfabetos, pudessem receber a palavra de Deus.
Deste modo o papel do artista era muito mais descritivo do que criativo, pois a criação exclusivamente a Deus.
Nenhuma técnica ilusionista deveria ser utilizada pelo artista, já que não se deveria enganar o fiel de nenhuma forma.

OS TÍMPANOS

Tímpano da Basílica de Santa Madalena - França

O exterior das igrejas românicas é muito despojado, exceto pelos relevos esculturais em volta do portal principal.
Como a maioria dos fiéis eram analfabetos, as esculturas ensinavam a doutrina religiosa, contando histórias gravadas nas paredes.
A escultura ficava concentrada no tímpano, que é o espaço semicircular entre o arco e o dintel da porta central.
Cenas da ascensão de cristo ao trono celestial eram muito populares, assim como sombrios enredos do juízo final em que demônios agarram desesperados e diabos horríveis estrangulam e cospem nos corpos nús dos condenados.
OBS: Tímpanos – meia lua (semicircular) que fica em cima da porta da igreja.
          Dintél - peça estrutural das traves que forma o portal.

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ARTE GÓTICA


A arte gótica pode ser representada por duas características marcantes: altura e luz.
As principais formas de decoração inspiradora do caráter religioso da arte gótica são as esculturas, os vitrais e as tapeçarias.
A pintura gótica irá retratar uma nova sensibilidade fruto da aparição da burguesia como classe social, do desenvolvimento de novas formas de religiosidade, relacionando o homem com seu ambiente vital.
Para exprimir essa nova concepção, o artista terá que dar entrada ao movimento, ao volume e a caracterização dos sentimentos.
Embora a pintura continue a ter uma base eminentemente linear, a cor e a luz deixaram de estar distribuídos de modo uniforme para acentuar, com seus contrastes a as suas graduações, os valores plásticos das figuras.
As vestimentas e suas dobras passam a ter um caimento mais suave e natural dando um forte teor decorativo às obras.

ESCULTURA GÓTICA

Cavaleiro de Bamberg

Tinham como características principais: serem longas e esguias.
Assim como na pintura, possuíam motivação didática.
Deviam facilitar aos fiéis analfabetos o aprendizado religioso.
As paredes externas das catedrais contavam histórias bíblicas esculpidas.
Após descoberta dos escritos de Aristóteles, o corpo deixou de ser desprezado passando a ser visto como templo da alma.
Os artistas voltaram a representar a carne com naturalidade.

OBS: Giotto Di Bondone Pádua – foi o primeiro a dar volume na transição da idade média para a renascença.

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ARTE RENASCENTISTA



Renascença - Auge da representação da realidade, do artista representar o que estava vendo.
Idade da razão, o homem começou a se achar.
Começou na Itália, porque lá estavam os restos das relíquias.
O Renascimento tem como características principais o retorno ao desenvolvimento da arte parecida com a vida.
O interesse pelo sobrenatural, característico da idade média, dará lugar ao interesse pelo natural.
A redescoberta da tradição Greco – Romana ajudou os artistas a reproduzirem detalhadamente as imagens visuais.
A expansão do conhecimento científico, com maior compreensão da anatomia humana e da perspectiva, possibilitou aos artistas do século XV e XVI superarem as técnicas da Grécia e Roma.
Governados por monarcas absolutistas, as recém – unificadas nações produziram artes pictóricas, teatrais e arquitetônicas de dimensões sem precedentes, destinadas a satisfazer os sentidos e as emoções.
Pelo início dos anos 1400 o mundo da arte inicia um processo que se estenderá inicialmente por Roma e Florença e a partir de 1500 ao resto da Europa.
Ao chegar em países como Holanda, Bélgica, Alemanha, França, Espanha e Inglaterra, o movimento ficará conhecido como Renascença do Norte.
Os elementos em comum foram a redescoberta da arte e da literatura da Grécia e Roma, o estudo científico do corpo humano e do mundo natural e a intenção de reproduzir com realismo as formas da natureza.
Com o desenvolvimento dessas técnicas, os artistas evoluíram na arte de pintar retratos, paisagens, motivos mitológicos e religiosos.
Em virtude do desenvolvimento das técnicas de pintura, o aumento de prestígio pessoal dos artistas aumentou, chegando ao auge na alta renascença, onde Leonardo, Michelangelo e Rafael despontam como verdadeiros símbolos de uma época.
Durante esse período, a exploração de novos continentes e a pesquisa científica proclamavam a confiança no homem e ao mesmo tempo a reforma protestante diminuía o poder da igreja católica no mundo. Assim o homem voltará a ser o centro do interesse artístico.
Durante a renascença, as inovações técnicas e as descobertas de obras de artes da antiguidade possibilitaram novos estilos para se representar a realidade.

OS QUATRO GRANDES PASSOS FORAM

1 – A mudança de pintura atempera (feita com clara de ovo), em painéis de madeira e afrescos, em paredes de alvenaria para a pintura a óleo em telas esticadas.
Com este método um mineral como Lápis Lázuli era moído e misturado a Terembitina e aplicado sobre a tela. O aumento das opções de cores permitiu aos pintores representar texturas e simular formas em três dimensões.

2 – O uso da perspectiva dando peso, volume e profundidade a forma.
Efeito ótico dos objetos se alinhando conforme a distância por meio de linhas convergentes ao ponto de fuga.
O uso de luz e sombra em oposição a linhas desenhadas.

3 – Chiaroscuro (Claro e Escuro) se referia a uma nova técnica para modelar formas em que as partes mais claras parecem surgir das mais escuras dando uma ilusão de relevo escultural.

4 – Utilização de composições piramidais nas pinturas.
Masaccio revolucionou a pintura ao usar a perspectiva, uma fonte coerente de luz e o retrato tridimensional da figura humana.

ARTISTAS DA RENASCENÇA
Leonardo da Vinci
Michelangelo
Rafael
Ticiano
Donatelo

Leonardo da Vinci



Mona Lisa, Leonardo da Vinci, 1505, Louvre, Paris.
 A pose relaxada e informal de Mona Lisa foi uma das inovações introduzidas por este retrato.  Em comparação, todos os retratos anteriores parecem artificiais. Sfumato - Os cachos do cabelo caindo levemente sobre o ombro direito se fundem com as rochas, assim como as dobras do xale no ombro esquerdo continuam uma linha de um distante aqueduto. O contorno esfumaçado que se mescla com o misterioso fundo dá ambiguidade ao clima e cria a ilusão de movimento, que dá a este quadro uma estranha sensação de vida.
Para Leonardo chegar ao conhecimento da anatomia empregada sem suas obras, chegou a morar em um hospital onde estudou esqueletos e dissecou cadáver.
Uma das primeiras pinturas em tela destinadas a serem penduradas na parede, a Mona Lisa realizou plenamente o potencial do novo veículo (tela e a pintura a óleo), ela decorou o quarto de Napoleão Bonaparte até ser levada para o Louvre em 1804.
A Mona Lisa provocou engarrafamento de trânsito em Nova York quando 1.600.000 pessoas se precipitaram em vê – La numa exposição de sete semanas.
Em Tóquio permitia – se cada visitante dez segundos para olhar o quadro.
Historicamente ela não era uma pessoa importante mas provavelmente a jovem esposa de um mercador florentino chamado Giocondo (também chamada de Gioconda) .
Em 1911 um trabalhador italiano indignado pelo fato de que o melhor da arte italiana residisse na França roubou o quadro do Louvre para devolver ao solo pátrio, a Mona Lisa foi encontrada no quarto miserável do patriota dois anos depois.
Em sua obra A Última Ceia, Leonardo dizia que o artista tinha dois objetivos: “pintar o homem e a intenção de sua alma”.
Leonardo imortalizou o momento dramático em que Cristo anunciou que um de seus discípulos iria traí-lo e a reação emocional de cada um ao perguntar: “Senhor, serei eu?”
Através de uma gama de gestos e expressões, Leonardo revelou pela primeira vez na arte o caráter fundamental e o estado psicológico de cada apóstolo. Infelizmente, Leonardo não tinha temperamento adequado às exigências do afresco tradicional, que requeria um trabalho de pincel rápido e certeiro, em vez da acumulação de nuances difusas.
Nesta obra ele experimentou uma emulsão de óleo e têmpera que não aderiu bem à alvenaria e que, vivo ainda, veria seu trabalho começar a se desfazer. A situação piorou quando o prédio que abrigava o mural foi usado como estábulo e praticamente destruído pela 2ª Guerra Mundial.
Em seu leito de morte, Leonardo admitiu que “tinha ofendido a Deus e a humanidade” por não ter se dedicado a sua arte como deveria.
Em 75 anos de vida menos de 20 obras sobreviveram ao seu tempo.

Michelangelo



Michelangelo foi criado por uma ama de leite cujo marido era um cortador de pedras. Cresceu interessado em escultura, apesar das surras para que seguisse uma “profissão respeitável”.
Com 15 anos foi reconhecido como artista e levado para Florença pela Família Médici que o tratou como um filho. Acreditando que a criatividade era uma inspiração divina, quebrou todas as normas.
Michelangelo se recusava a ensinar a aprendizes e não deixava ninguém ficar assistindo enquanto trabalhava. Arquiteto, escultor, pintor, poeta e engenheiro, Michelangelo não conhecia limitações.
Fez esculturas até a sua morte com 90 anos, quando disse:
“Lamento estar morrendo justamente quando estou aprendendo o alfabeto da minha profissão”.
“Uns vinhedos sobre fundo azul”, foi o que o Papa Júlio II pediu para embelezar o teto da Capela Sistina, que mais parecia um celeiro. Michelangelo lhe deu mais de 340 figuras representando a origem e queda do homem, no empreendimento artístico mais ambicioso da Renascença.


Michelangelo deu provas de toda a sua genialidade a realizar esta obra em menos de quatro anos sem a ajuda de nenhum assistente.
O teto apresentava três mil metros quadrados onde foram realizados o projeto, esboço, alvenaria e pintura, além da umidade constante. Além disso, o artista tinha que trabalhar encolhido, numa posição desconfortável em um andaime com mais de 21 metros de altura.
Apesar de seu desdém pela pintura, que considerava uma arte menor, o afresco de Michelangelo atingiu um ponto máximo, com figuras retiradas de sua própria criação.
Tomando uma parede inteira da Capela Sistina, o afresco “O Juízo final”, foi terminado 29 anos depois do teto. A pintura impressiona pela atmosfera sinistra. Cristo não é apresentado como misericordioso, mas como um juiz vingativo.
Michelangelo achava que, entre todas as artes, a mais próxima de Deus era a escultura.
Deus havia criado a vida a partir do barro e o escultor libertava a beleza da pedra. Segundo ele, sua técnica consistia em libertar a figura do mármore que a aprisionava.
Enquanto outros escultores adicionavam pedaços de mármore para disfarçar seus erros, Michelangelo fazia suas esculturas num bloco único.


O primeiro trabalho a lhe trazer renome, esculpido quando o artista tinha 23 anos, foi a Pietá, que significa Piedade. Quando a estátua foi descoberta, um apreciador a atribuiu a um escultor mais experiente, recusando-se a aceitar que um jovem desconhecido rapaz fosse capaz de realizar tal obra. Ao saber disso, Michelangelo esculpiu seu nome na faixa que atravessa o seio da Virgem. Foi seu único trabalho assinado.

Rafael



Rafael era entre os três maiores ícones da Renascença, o mais popular. Enquanto Leonardo e Michelangelo eram reverenciados, Rafael era adorado.
O pai de Rafael, um pintor medíocre, ensinou ao precoce filho, rudimentos da pintura. Aos 17 anos Rafael era considerado um mestre independente. Aos 26, chamado a Roma pelo Papa para decorar os aposentos do Vaticano, ele pintou os afrescos, com ajuda de 50 discípulos, no mesmo ano em que Michelangelo terminou o teto da Capela Sistina. “Tudo que ele sabe, aprendeu comigo” disse Michelangelo.
Rico, bonito e bem sucedido além de grande admirador das mulheres, morreu com apenas 37 anos pela vida atribulada que levara. Com a sua morte toda a corte mergulhou em luto.
A arte de Rafael foi a que mais completamente expressou as qualidades da Alta Renascença assimilando a composição piramidal e o chiaroscuro de Leonardo e as figuras dinâmicas, de corpo inteiro e a pose contraposto de Michelangelo.

Ticiano


Ticiano tinha como característica pessoal a utilização de cores fortes para demonstrar toda sua expressividade. Primeiro pintava toda a tela de vermelho, para dar calor ao quadro, depois pintava o fundo e as figuras em matizes vívidos e acentuava as tonalidades usando de trinta a quarenta camadas vidradas. Esse trabalhoso método propiciava uma pintura convincente de qualquer textura, desde o metal ao brilho da seda ou ainda de cabelos louros dourados.
Ticiano foi um dos primeiros artistas a trocarem os painéis de madeira pelas telas à óleo.




 
Após a morte de sua esposa, suas obras tornaram-se quase monocromáticas, com pinceladas cada vez mais largas e carregadas de tintas, por conta da vista enfraquecida.
Alguns contemporâneos afirmavam que Ticiano pintava mais com os dedos do que com os pincéis.
Esta estátua de David mostra o jovem Herói com ar sonhador e contemplativo depois de matar Golias, cuja cabeça está aos seus pés. O naturalismo gracioso da pose de David, seu jeito retraído e a superfície sensual do bronze combinam-se para dar vida à estátua. Esta habilidade para instalar emoção humana em estátuas Clássicas era o maior dom de Donatello.
David foi o primeiro nu de bronze em tamanho natural, a ser modelado depois da Antiguidade.

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MANEIRISMO

Perseus e Andrômeda - Giorgio Vasari - 1570

Entre a alta Renascença e o Barroco, de 1520, até 1600, a arte ficou num impasse. Michelangelo e Rafael eram chamados de divinos. Todos os problemas de representação da realidade haviam sido resolvidos e a arte atingia o auge da perfeição e da harmonia. E agora?
A resposta foi trocar a harmonia pela dissonância, a razão pela emoção, a realidade pela imaginação. Num esforço de originalidade, os artistas da Renascença Tardia, ou Maneiristas, abandonaram o realismo baseado na observação da natureza. Ansiosos por algo novo, exageravam a beleza ideal representada por Michelangelo e Rafael, buscando instabilidade ao invés de equilíbrio.
Os tempos favoreciam a desordem. Roma tinha sido tomada pelos germânicos e espanhóis, e a Igreja tinha perdido sua autoridade durante a Reforma.
Na época mais estável da Alta Renascença, a pintura tinha uma composição simétrica, com o peso dirigido para o centro.

O Rapto das Sabinas - Jean Boulogne

Na Renascença tardia, a composição se tornou oblíqua, com um vazio no centro e as figuras concentradas junto à moldura.
O nome “Maneirismo” vem do italiano di maniera, com o significado de uma obra de arte realizada conforme o estilo do artista, e não ditada pela representação da natureza.
A pintura maneirista é prontamente identificável pelo estilo. As figuras tremem e torcem num movimento desnecessário. Os corpos são destorcidos, geralmente alongados, mas às vezes pesadamente musculosos. As cores são sombrias, aumentando a impressão de tensão, movimento e iluminação irreal.
Maneirista notáveis foram: Pontormo, Rosso, Bronzino, Parmigianino, Benvenuto Cellini e Tintiretto na Itália e El Greco na Espanha.
Os maneiristas cultivavam sempre a excentricidade em suas obras. Alguns agiam igualmente em suas vidas. Dizia-se que Rosso, que morava com um babuíno, desenterrava cadáveres porque a decomposição o fascinava. Pontormo era comprovadamente louco. Obcecado pelo medo da morte, morava sozinho numa casa muito alta com seu quarto no sótão com uma escada portátil a qual só ele tinha acesso.

El Greco

Alguns críticos discutem se El Greco deve ser considerado Maneirista. Outros afirmam que ele é um caso especial demais para caber numa classificação.
Sua arte manifesta inegáveis atributos maneiristas, como a luz fantasmagórica e as cores intensas como o rosa forte, o verde ácido e os azuis e amarelos luminosos.
As figuras são distorcidas e alongadas, a escala é variável e as composições são plenas de movimento espiralado.
Nos quadros de temas religiosos, El Greco não dava importância à representação do mundo visível, pois preferia criar uma visão carregada de emoção do êxtase celestial.
El Greco dizia que detestava sair à luz do sol porque “a luz do dia cega a luz de dentro”. E é exatamente dessa luz de dentro, com uma iluminação sobrenatural, que faz com que seu estilo seja o mais original da Renascença ou do Maneirismo, dependendo da opinião de cada crítico. “Michelangelo não sabe pintar. Me deixem corrigir o Juízo Final!”.

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ARTE BARROCA

A Vocação de São Mateus - Caravaggio

A arte barroca (1600 – 1750) conseguiu casar a técnica avançada e o grande porte da renascença com a emoção, a intensidade e a dramaticidade do maneirismo, fazendo do estilo barroco o mais suntuoso e ornamentado da história das artes.
O barroco não só produziu gênios como Rembrandt e Velásquez, mas também expandiu o papel da arte para a vida cotidiana.
Artistas correram a Roma, vindos de toda a Europa, para estudar as obras – primas da antiguidade clássica e da Arte Renascença. Voltando à terra de origem, acrescentaram às suas obras as particularidades culturais de cada região.

A Ronda Noturna - Rembrandt

Enquanto os estilos abrangiam desde o realismo italiano ao exagero francês, o elemento comum era a sensibilidade e o absoluto domínio da luz para obter o máximo impacto emocional.
A era barroca começa em Roma por volta de 1600 quando os papas se dispuseram a financiar magníficas catedrais e grandes trabalhos, para manifestar o triunfo da fé católica depois da contra – reforma e para atrair novos fiéis com a dramaticidade das “imperdíveis“ obras de arquitetura.
O movimento se expandiu para a França, onde os monarcas absolutistas reinavam por direito divino e investiam em grandes artistas.
Os palácios se tornavam ambientes de encantamentos , projetados para impressionar a quem ali chegasse , demonstrando o poder e a glória do rei.

As Meninas - Diego Velásquez

Embora tão rica quanto a arte religiosa, a pintura francesa elegia temas não – religiosos, derivados do modelo da Grécia e Roma.
Em países católicos como Flandres, a arte religiosa florescia, ao passo que nas terras protestantes do norte da Europa, como a Inglaterra e a Holanda, as imagens eram proibidas.
Em conseqüência, a pintura tendia a naturezas – mortas, retratos, paisagens e cenas do cotidiano.
Nestes países a arte era financiada não apenas pelos mercadores prósperos, ansiosos para exibir sua riqueza, mas também por burgueses da classe média, que compravam quadros para enfeitar a casa.

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ARTE ROCOCÓ

O Balanço - Jean Honoré Fragonard

O Rococó nasceu em Paris, coincidindo com o reinado de Luis XV (1723-74).
Por volta de 1760 já era considerado ultrapassado na França, mas continuou em moda em outros países. Até o final do século continuou a ornamentar os luxuosos castelos e Igrejas da Alemanha, da Áustria e da Europa Central.
O nome Rococó é derivado de rocaille, referente a conchas e seixos que ornamentam grotas e fontes, e surgiu como um estilo de decoração de interiores. As artes decorativas foram um campo privilegiado para essa ornamentação delicada, curvilínea. Os pisos eram revestidos com elaborados padrões em folha de madeira, A mobília era ricamente marchetada, decorada com estofamento em Gobelin e incrustações em marfim e casco de tartaruga. Roupas, talheres e porcelanas também eram sobrecarregados com desenhos de flores, conchas e folhas. Até o desenho das carruagens trocava as linhas retas por floreios e arabescos, os cavalos eram enfeitados com plumas imensas e pedras preciosas.
Principais artistas: Antoine Watteau, François Boucher e Jean-Honoré Fragonard.
Principais características: Clima leve, vivaz, superficial, cheio de energia. Utilização de painéis pintados entre enormes espelhos fixos às paredes. Emprego de curvas sinuosas em forma de “S” e “C” e arabescos floreados semelhantes a fitas. Possui estilo leve, gracioso, delicado. Utilizando as cores branco, prata, ouro, tons suaves de rosa, azul e verde.
Mesmo no período de transição entre o Barroco e o Neoclássico apresentado nas fachadas dos prédios, em seus interiores era ainda o Rococó que imperava.
Na pintura um tema recorrente era a representação de casais românticos aproveitando a vida aristocrática em contato com a natureza, encantados com a juventude e o amor.

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O IMPRESSIONISMO

A primeira bailarina - Degas - 1878 - Museu D'Orsay

Primeira revolução artística total desde a Renascença. Desenvolvido na França desde 1860 até 1886. Rompeu radicalmente com a tradição, rejeitou técnicas até então desenvolvidas como:
• Perspectiva.
• A composição equilibrada.
• As figuras idealizadas.
• E o claro / escuro. (chiaroscuro).
Os Impressionistas representavam sensações visuais imediatas e para isso utilizavam a “cor” e a “luz”. Seu objetivo principal era apresentar uma “impressão” registrada por um artista numa rápida observação.

O Lago com Ninfeias - 1899 -  Claude Monet - Museu d'Orsay

Os Impressionistas descobriram que a cor não era uma característica constante em um objeto. A cor muda constantemente de acordo com os efeitos da luz, do reflexo, ou do clima sobre a superfície do objeto. Criaram então, uma pincelada distinta, curta e cortada.
Pontos vivamente coloridos formavam um mosaico de borrões irregulares que vibravam de energia. De perto, os borrões eram irreconhecíveis. Mas a uma certa distância, o olho fundia as cores fazendo com que cada tonalidade se mostrasse mais firme do que se tivesse sido misturada na paleta.

Toucador de pífano - Edouard Manet - 1866 - Museu d'Orsay

Os Impressionistas causaram também polêmica no Salão dos Rejeitados, quando realizaram uma obra tendo como base uma outra de Giorgione.

O Parlamento Inglês - Monet - 1904 - Paris

Os Impressionistas tinham visto o mundo subjetivamente. Do modo como ele se apresentava aos sentidos deles sob vários aspectos ou de vários pontos de vista, cada ocasião propiciava uma impressão diferente e distinta sobre seus sentidos; e para cada ocasião deveria haver, necessariamente, uma obra de arte distinta.
Ex: O Parlamento Inglês, Monet, 1904, Paris.

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PÓS - IMPRESSIONISMO

Fenômeno francês, teve seu período de apogeu entre 1880 e 1905, quando o Impressionismo já havia se imposto sobre a arte acadêmica. Seus principais artistas foram: Seurat, Gauguin, Cézanne, Toulouse-Lautrec e o holandês van Gogh.
Os estilos pós-impressionistas derivaram de rupturas de seus antecessores, pois sentiam-se insatisfeitos em relação ao Impressionismo, queriam mais substância na arte e não apenas captar um momento passageiro.
A resposta a essa questão dividiu o grupo em dois campos: Seurat e Cézanne com desenho formal, quase científico e Gauguin, Van Gogh e Lautrec expressando suas emoções através da luz e cor. Toda a arte daí em diante iria nascer dessas duas tendências:                                 Do cubismo ao Surrealismo.

Seurat

Desenvolveu o Pontilhismo, método quase científico, que consistia em aplicar pontos do tamanho de confetes de cor pura, sem mistura, por toda a tela.
A teoria de Seurat era de que as cores colocadas lado a lado, se misturariam no olho do espectador com maior luminosidade do que se misturada na paleta do pintor.
Pelo fato do o sistema do Pontilhismo ser tão trabalhoso, ele só terminou sete grandes pinturas em sua carreira de dez anos. Sua obra mais famosa “Um domingo na Grande Jatte” tomou dois anos e quarenta estudos de cores preliminares.
Seurat manteve as cores vivas, sem mistura dos Impressionistas, bem como seus temas de férias, céu aberto, mas acrescentou um desenho estável, baseados em formas geométricas e padrões rigorosamente calculados. Além disso, atribuiu determinadas emoções a diferentes cores e formas:
• Cores quentes representavam ação e alegria, assim como as linhas que se moviam para cima.
• Cores frias, escuras e linhas descendentes representavam tristeza. Tons médios (equilíbrio entre quentes e frias) e linhas laterais evocavam calma e êxtase.

Toulouse - Lautrec

Sua arte baseava-se em temas desenhados a partir da vida contemporânea: teatros, salões de dança e circos. Com movimentos e privacidade demonstrados com cortes abruptos e fotográficos, composições assimétricas, privilegiando a figura em relação à paisagem: “A paisagem é, e deveria ser sempre um acessório”.
Cenas noturnas de interiores, iluminadas de forma arbitrária, por luzes fortes e artificiais.
Seus principais personagens foram: atores do submundo, animadores, acrobatas e prostitutas a quem caricaturava para enfatizar seus atributos essenciais. Caricaturava a si mesmo por conta de sua aparência deformada devido a uma queda de cavalo quando jovem.
Para aprofundar-se em seus temas escolhidos chegou a viver por um bom tempo num bordel se tornando alcoólatra e sifilítico.

Paul Gauguin

Tinha como princípio resgatar a pintura em suas bases. Então certa vez saiu de casa após ver um mendigo para conhecer o mundo, esteve no Peru e acabou nas ilhas dos mares do sul no Taiti. Largou emprego, família, filhos, tudo pela arte.
Foi um dos primeiros a utilizar a cor com propósitos puramente decorativos e emocionais: “Um metro de verde é mais verde do que um centímetro, se você quiser expressar o verde”.
Sua arte combinava com seu estilo de vida, onde pregava: “Coma bem, beije bem, trabalhe direito e você morrerá feliz”.
O público demorou para reconhecer seu mérito e muitas vezes ficou sem ter o que comer: “Não é difícil fazer arte. Difícil é vendê-la”.
Certa vez escreveu à esposa: “Quanto mais problemas eu tenho, mais forte pareço ficar”.
“O sofrimento estimula o gênio. Também é bom não ter muito dele, senão ele simplesmente mata a pessoa”.
O método de Gauguin não era baseado em sua percepção da realidade, mas em sua concepção dela. Ele se recusava a reproduzir aparências superficiais, preferia transmitir a sua resposta emocional a uma cena, transformando as cores e distorcendo as formas.
Gauguin reinterpreta temas não europeus, dando liberdade ao uso da cor e da forma para se obter impacto emocional e respostas subjetivas da realidade.
Artistas como: Munch (expressionista), Redon (simbolista), Matisse (Fovista) e Picasso (cubista) se aproveitaram de tais ensinamentos.
Gauguin é considerado um dos fundadores da Arte Moderna.

Paul Cèzzane

Durante muitos anos sua arte foi rejeitada inclusive por colegas artistas, chamado de doido no início da carreira, foi consagrado quarenta anos depois. Pouco se importava com isso nem com as críticas anteriores: “Eu pinto todo dia não para agradar a tolos, mas sim pela alegria de alcançar maior conhecimento e verdade”.
O que tornou sua arte tão radical para sua época e apreciada pelas novas gerações foi seu novo tratamento das aparências da superfície. Em vez de imitar a realidade como ela aparecia para seus olhos, ele penetrava em sua geometria: “Reproduza a natureza em termos de cilindro, da esfera e do cone”. Assim queria simplificar objetos com formas abstratas fundamentais para toda a realidade.

“O pintor possui um olho e um cérebro. Os dois têm de trabalhar juntos”

Assim como Giotto foi pioneiro da representação realista, Cèzanne libertou a arte da reprodução da realidade, reduzindo a realidade a seus componentes básicos.
Obra: Natureza Morta com Molde de Gesso, Cèzanne, 1894, Londres.

Vincent Van Gogh

Em dez anos de carreira afirmava que queria pintar incorretamente para que sua falsidade se tornasse mais verdadeira e literal, sempre fez uso inortodoxo da cor para sugerir “todas as emoções de um temperamento ardente”. Assim como seu amigo Gauguin, ele desdenhava o realismo, utilizava formas destorcidas e cores violentas, muitas vezes vista como prova de seu desequilíbrio mental.
Pintava freneticamente, produzindo oitocentas telas em dez anos. Considerava seu trabalho o pára-raios de sua sanidade, vendeu apenas um quadro em toda a sua vida.
Mesmo internado em um sanatório, pintava uma obra prima atrás da outra. Foi como paciente do asilo de Sant-Rémy que pintou durante três noites seguidas a obra “Noite Estrelada” pois dizia que “A noite é mais viva e mais ricamente colorida que o dia”.
Em seus últimos setenta dias o artista pintou setenta telas, embora sob tensão constante, estava tecnicamente no auge das forças, em pleno controle de suas formas simplificadas, das zonas de cor forte sem sombras e do trabalho expressivo do pincel.
Van Gogh morre pobre sendo sustentado por seu irmão, o que lhe causava muita desesperança.

“Até começar a vender meus quadros, nada posso fazer. Chegará o dia em que todos verão que eles valem mais que o preço das cores que são pintados, e mais que o preço de minha vida.”

Em 1990, o quadro “O Retrato do Dr. Gachet” foi vendido num leilão por 82,5 milhões de dólares.
Após receber uma carta de seu irmão, reclamando de problemas financeiros, Van Gogh pegou uma pistola e atirou contra si mesmo.

“Prefiro morrer de paixão do que morrer de tédio”.

“Um pintor tem que pintar. Talvez exista alguma coisa depois disso”.

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Início do Expressionismo

O maior inspirador do movimento expressionista alemão foi o pintor norueguês Edward Munch.

“Doença, loucura e morte foram os anjos negros que embalaram meu berço” - Munch escreveu quando internado por depressão num sanatório.

“Eu não dispensaria a minha doença pois há muito em minha arte que devo a isso”. 

Munch se especializou em pintar emoções extremas como ciúmes, desejo, solidão. Seu desejo era induzir uma forte emoção no espectador:

“Quero pintar quadros que façam as pessoas tirarem o chapéu com temor respeitoso, como fazem na igreja”.

Sua obra mais famosa, “O Grito”, representa o medo intolerável de perder a razão. O quadro ficou tão famoso que hoje é símbolo de alta ansiedade, mas quando a pintura apareceu causou tanto tumulto que a exposição teve que ser fechada.
Outro artista que terá forte influência na arte expressionista é o pintor belga James Ensor. Com seu forte impacto emocional e suas imagens dramáticas refletia sua própria visão do mundo governado pelo absurdo no qual pensamentos desconectados e ações inúteis ocupam um lugar grande demais. Suas pinturas e trabalhos gráficos são muito satíricos, com um humor mordaz e, muitas vezes amargo.

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Simbolismo

O simbolismo é um estilo precursor do Surrealismo, movimento artístico e literário que floresceu na última década do Século XIX, tem reação idealista ao impressionismo pictórico e ao naturalismo cientificista do final do século.
Artistas descartaram o mundo visível, das aparências, em favor do mundo interno, da fantasia. A função da arte não consiste em representar o evidente, mas em expressar o indefinível: a idéia.

“O artista devia ser perturbado para penetrar a verdade mais profunda por baixo dos sentimentos superficiais” - Rimbaud.

Os pintores simbolistas utilizam a representação figurativa do mundo exterior, mas não com a visão realista e sim com seu poder de sugestão, por sua capacidade de evocar realidades intangíveis.
A cor não é descritiva, mas emocional, não sendo uma referência imitativa do real, mas sim um poder associativo e provocador de sensações e estado de espírito.
Principais artistas: Odilon Redon, Gustave Moreau, Henri Rousseau, Puvis de Chavannes e Arnold Böcklin (suísso).

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Século XX - A Arte Moderna

Em toda a evolução da arte ocidental, o século XX produziu a ruptura mais radical com o passado, levando ao extremo o que o Impressionismo começou no século XIX, representando os retratos da vida contemporânea e não mais eventos históricos.
A arte do século XX não apenas decretou que qualquer tema era adequado, mas também libertou a forma das regras tradicionais e livrou as cores da obrigação de representar a exatidão dos objetos.
Os artistas modernos desafiavam violentamente as convenções, rejeitando o passado, buscando incessantemente uma liberdade radical de expressão.
A arte se afastava gradualmente de qualquer pretensão de retratar a natureza, seguindo na direção da pura abstração, em que dominam a forma, as linhas e as cores, até o final da primeira metade do século era Paris que estava na vanguarda artística. Na segunda metade, após a 2a Guerra Mundial, Nova York passa a ser o centro do mundo das artes.

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Fovismo - A explosão da cor

“O Fovismo não é tudo. É apenas o começo de tudo” - Matisse.

Movimento artístico que teve seu início na França entre 1904 - 1908. Seus principais artistas fora: Matisse, Derain, Vlaminck, Dufy, Rouault e Braque. O Fovismo é marcado por cores fortes (explosivas), formas e perspectivas distorcidas, pinceladas vigorosas e tendo seus motivos chapados. A palavra “Fauvismo”, que deu origem ao nome do movimento artístico, significa “Animal Selvagem”.
Durante a exposição de 1905, que inaugurou o Fovismo em Paris, a reação do público foi hostil. O grupo ganhou este nome de um crítico de arte que os comparou a feras (Fauves), outros qualificaram de loucos, de crianças brincando com tintas etc.
Vários visitantes ao verem as obras ficavam correndo e gritando histericamente pela galeria tendo acessos de riso, tudo isso principalmente pelo uso das cores sem referência à aparência real.
Na verdade eles estavam experimentando, com a maior seriedade uma nova maneira de expressar suas emoções diante de uma cena. Dentro dessa nova linguagem, nada impedia que o céu fosse amarelo, as árvores fossem vermelhas ou os rostos verdes. Daqui pra frente quem decide sobre isso é a vontade do artista.

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Cubismo

O Cubismo durou de 1908 a 1915, o estilo recebeu esse nome a partir do desdém de Matisse ao ver uma paisagem de Georges Braque como nada além de “cubinhos”.
Embora os quatro principais artistas cubistas, Picasso, Braque, Gris e Leger quebrassem os objetos em pedaços que não eram propriamente cubos, o nome pegou.
O Cubismo liberou a arte ao estabelecer nas palavras do pintor cubista Fernand Leger que:

“A arte consiste em inventar, e não em copiar”.

A primeira das duas fases do cubismo foi chamada de Analítica, pois analisava a forma dos objetos partindo-os em fragmentos e espalhando-os pela tela.
Picasso e Braque trabalhavam com uma gama quase monocromática, usando apenas marrom, verde e mais tarde cinza, a fim de analisar a forma sem a distração das cores.
Já a segunda fase do Cubismo irá se chamar de Sintético, pois Braque e Picasso irão inventar uma nova forma de fazer arte chamada colagem.
Entre 1912 e 1914, juntamente com o pintor espanhol, Juan Gris, eles incorporaram letras em estêncil e tiras de papel às pinturas. A partir de 1909, Fernand Léger adicionou formas curvas ao vocabulário angular do cubismo.
A qualidade provocativa de toda a arte cubista deriva de sua ambivalência entre a representação e a abstração. No limite da dissolução do objeto em suas partes componentes, as alusões aos objetos oscilam dentro e fora da consciência. Baseado no mundo das aparências, o Cubismo envia uma visão multifacetada da realidade.

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Expressionismo

 Os Expressionistas achavam que a arte devia “expressar” os sentimentos do artista e não as imagens do mundo. O movimento ocorre na Alemanha entre os anos 1905 – 1930.
As formas distorcidas, exageradas, as cores destinadas a causar impacto emocional dominaram a arte alemã. Já havia uma certa tendência daquilo que viria a se transformar no Expressionismo desde van Gogh, Gauguin e Munch, passando ainda por James Ensor, Gustave Klimt e Oskar Kokoschka. Mas foi na Alemanha, com dois grupos chamados Die Brücke e
Der Blaue, que o Expressionismo ganhou a maturidade.
Die Brücke significa “a ponte”, pois seus membros acreditavam que sua obra seria uma ponte para o futuro. Seu propósito era: atrair todos os elementos revolucionários e fermentativos, fazendo parte inclusive de seus estatutos tais recomendações.
O grupo exigia “liberdade de vida e ação contra as forças estabelecidas e ultrapassadas”.
Até o Die Brücke se dissolver, em 1913, os artistas viveram e trabalharam em comunidade, primeiro em Dresden e depois em Berlim. Produziram quadros intensos, angustiados, com formas violentamente distorcidas e cores estridentes.
A maior contribuição dos Expressionistas foi a reutilização das artes gráficas, principalmente a xilogravura. Em drásticos contrastes em preto e branco, formas cruas e linhas quebradas, as xilogravuras expressavam perfeitamente as doenças da alma, tema importante da arte Expressionista.
O segundo grupo da vanguarda expressionista alemã tinha uma organização um pouco mais frouxa e se chamava “Cavaleiro Azul” (Blaue Reiter) em homenagem a um quadro de seu líder, Kandinsky. Fundado em Munique em 1911, tinha entre seus artistas mais importantes Kandinsky e Paul Klee. Apesar de ter se dissolvido quando estourou a Primeira Guerra Mundial, em 1914, o grupo gerou um efeito duradouro devido à passagem de Kandinsky para a pura abstração.

“Por conta das críticas à
guerra, Dix foi deportado
da Alemanha pelos nazistas

A artista concentrava seus
Temas na paz e no sofrimento
dos mais pobres.

Aqui a dor de uma mãe pela
perda do filho durante o pós-
Guerra.

Figuras distorcidas para
Retratar a corrupção interna”

De Stijl. (O Estilo)

Enquanto os expressionistas alemães mergulhavam na angústia, um grupo de expressionistas holandeses liderados pelo pintor Mondrian tentou, entre 1917 e 1931, eliminar a emoção da arte. Esse movimento defendia uma arte severa, de pura geometria. Durante a Segunda Guerra Mundial, Mondrian conclui que “a natureza é um maldito caso perdido”.
Assim resolveu desembaraçar-se da arte natural e confusa, em favor de um novo estilo chamado “neo-plasticismo”.
O objetivo era criar uma ordem precisa, mecânica, ausente no mundo natural. Para Mondrian, as linhas verticais representavam vitalidade e as horizontais, tranqüilidade. O ponto de cruzamento de duas linhas era o “ponto de equilíbrio dinâmico”.
O artista usava em seus quadros retângulos e cores primárias, buscando sempre o equilíbrio e harmonia que tanto faltava em “um mundo de guerras”.

Kandinsky - O Inventor da Arte Abstrata

O pintor russo foi o primeiro a abandonar toda e qualquer referência à realidade reconhecível em suas obras. Chegou a essa descoberta revolucionária por acaso: Em 1910, chegando em seu estúdio ao cair da noite, se deparou com um quadro de “indescritível e incandescente beleza”. O quadro não tinha tema algum, não representava qualquer objeto identificável e era totalmente composto por manchas coloridas. Ao aproximar-se, percebeu então tratar-se de um dos seus quadros “virado de lado” no cavalete.
A “revelação” de que a cor podia despertar emoção independentemente do conteúdo o fez descartar todo o realismo em suas obras. A partir de então, fez experiências com dois tipos de pintura:
“Composições”, em que executou um arranjo consciencioso de formas geométricas, e “Improvisos”, onde não exerceu controle consciente sobre a tinta, aplicada espontaneamente à tela.

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Dadaísmo

O movimento dadaísta foi fundado na neutra Zurique, em 1916, por um grupo de refugiados da Primeira Guerra Mundial. O movimento tomou o nome de uma palavra nonsense que se refere ao modo dos bebês se expressarem: (gugu - dada).
Em seus sete anos de vida o Dadaísmo parecia mesmo muitas vezes sem sentido, mas com um objetivo muito bem definido: protestar contra a loucura da guerra.
Por conta da morte de mais de dez milhões de pessoas, os dadaístas achavam que não podiam mais acreditar na razão humana e na ordem estabelecida. Sua alternativa foi subverter toda autoridade e cultivar o absurdo.
O dadaísmo foi uma atitude internacional, que se expandiu de Zurique para a França, Alemanha e Estados Unidos. Sua principal estratégia era denunciar e escandalizar.
Uma noite dadaísta típica contava com poetas declamando versos sem sentido em diversas línguas junto a outros latindo como cães ou ainda uma menina vestida de primeira comunhão recitando versos obscenos.

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Surrealismo

Após dois anos do surgimento do Dadaísmo, surgiu seu filho legítimo: O Surrealismo (1918). O movimento floresceu na Europa e nos Estados Unidos durante os anos 20 e 30, inicialmente no ramo da literatura, tendo por seu padrinho André Breton, que se inspirou na livre associação e na análise dos sonhos freudianos.
Os artistas faziam experiências com o automatismo, criando sem o controle do consciente, para despertar o imaginário inconsciente.
O Surrealismo significa ir além do realismo, buscava deliberadamente o bizarro e o irracional, para expressar verdades ocultas, inalcançáveis por meio da lógica. O movimento tomou duas formas: Artistas como Miró e Ernst praticavam a arte improvisada, distanciando-se o mais possível do controle consciente. Outros como Salvador Dali e René Magritte, usavam escrupulosamente Técnicas realistas para apresentar cenas alucinatórias que desafiavam o senso comum.

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Expressionismo Abstrato

Pela primeira vez o centro dos acontecimentos do mundo das artes se desloca para as terras americanas. O Expressionismo Abstrato era mesmo um acontecimento, um “happening”, que compreendia a arte não só como o produto da criação artística, mas também como o processo ativo da criação. Também chamado de “pintura de ação” e Escola de Nova York, o Expressionismo Abstrato enfatizava a energia, a ação, o movimento e o frenesi.
O movimento começou a tomar forma na passagem dos anos 40/50, em parte como reação a uma guerra que devastou dois continentes, matou 16 milhões de pessoas, deixou um rastro de destruição e o mundo de pernas pro ar.
Quando os surrealistas chegaram à América do Norte, durante a 2ª Guerra Mundial, a nova geração de pintores americanos descobriu com eles a arte da anarquia. Enquanto o Dadaísmo e o Surrealismo se revoltavam contra a lógica, os artistas americanos levaram o “automatismo” um passo além.
Os Expressionistas Abstratos se libertaram da abstração geométrica e da necessidade de sugerir imagens reconhecíveis, dando vazão ao impulso e ao acaso, o ato apaixonado de pintar tornou-se em si mesmo um valor absoluto. Os Expressionistas abstratos abandonaram os pincéis, as telas, o cavalete em favor das dimensões murais.
O artista enquanto produzia a sua obra parecia possuído por seu próprio inconsciente, arremessando loucamente punhados de tinta numa configuração totalizadora, e jogando fora todas as considerações artísticas convencionais, tais como primeiro plano, fundo, ponto focal e perspectiva. As telas resultantes eram altamente improvisadas e não só conseguiram retirar da Europa seu lugar de destaque no mundo da arte, como também expandiram a própria definição do que se pensava ser arte. Dali em diante o que acontecia na tela não era uma pintura, mas um evento.
O pintor improvisa uma imagem enquanto age e o quadro resultante registra um momento da vida do artista.

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Arte Pop

Do mesmo modo que o Expressionismo Abstrato surgiu de forma meteórica no mundo das artes, rapidamente ele se viu desgastado pelo processo de imitações que se tornou. Ao fim de dez anos, seus fundadores e seu estilo pareciam banais. Jovens inovadores de meados dos anos cinqüenta se rebelaram contra as falsas abstrações.
Robert Rauschenberg juntamente com Jasoer Jonhs vão liderar a ruptura com tudo o que vinha sendo feito, e vão pôr fim ao domínio da abstração no mundo da arte.
Rauschenberg foi quem mais contribuiu, no pós-guerra, para libertar o artista da compulsão de registrar as próprias emoções. Reciclando sucata de lixo, antes que a reciclagem entrasse na moda, ele inventou uma forma híbrida de arte, meio pintura e meio escultura, a que ele chamou de “combinação”. Vasculhando as ruas de Nova York à procura de sucata, ou de escultura esperando para ser descoberta, o artista adicionava à pintura em telas, materiais excêntricos como sinais de trânsito e ave empalhada.   
O artista montou um bode envolvido por um pneu sobre uma base para mostrar que todos os materiais têm igual valor na arte. Ele queria que as imagens guardassem o sentimento do mundo exterior “em vez de cultivar o incesto da vida de estúdio”.

“Pintar tem relação com a arte e com a vida... Tento atuar na lacuna entre as duas”.

“Um quadro é mais parecido com o mundo real quando é feito de mundo real”.

Multiplicidade, variedade e inclusão é como Rauschenberg chamava os temas de sua arte. Durante quarenta anos ele fundiu o questionamento radical dadaísta com as enérgicas pinceladas do Expressionismo Abstrato e a fé surrealista no acaso. Nesse processo, adquiriu um estilo pessoal distinto, baseado no risco.

“Se a arte não é surpresa, não é nada!”.

Muitas vezes comprava tintas em promoção em embalagens sem rótulos sem saber de que cor elas eram. Só ao abri-las descobria: “É a diversão de fazer alguma coisa que nunca vi antes”.

“Se eu já souber o que vou fazer, não faço”.

Certa manhã, não tendo dinheiro para comprar tela de pintura, pegou seu edredom, colocou-o no esticador de tela, junto com seu travesseiro, e sapecou tinta. A obra “A Cama” foi recusada em uma exposição italiana, mas o autor sempre a considerou: “um dos quadros mais simpáticos que pintei”.
Jasper Jonhs, por sua vez com seu modo frio e calculista vai combinar artifício e realidade para fazer com que as pessoas “enxerguem aquilo que estão apenas vendo”.
Trabalhando seus temas com objetos bem conhecidos ele teria espaço para trabalhar em outros níveis, forçando o expectador a observar a invisibilidade que havia por detrás da obra. Sua arte era intencionalmente oblíqua, fria, e distanciada, mas aberta a múltiplas interpretações.
Uma vez que Rauschenberg e Jonhs reintroduziram a imagem reconhecível, no início dos anos sessenta, o palco estava armado para artistas que colhiam temas diretamente na cultura popular (pop).
Esse retorno aos temas pictóricos figurativos estava longe de ser um retorno à tradição. A arte pop elevou à ícones objetos do cotidiano que estamos acostumados a ver e usar sem percebermos exatamente a sua real importância.
Artistas como: Lichtenstein, Warhol, Oldenburg e Segal farão uma espécie de brincadeira com o público chamando-o à auto-avaliação. Tudo que vemos e consumimos no dia a dia será apresentado em forma de arte para chamar a atenção do observador de suas ações automatizadas e sem maiores considerações: hambúrgueres, louças sanitárias, cortadores de grama, estojos de batom, quadrinhos, celebridades etc...
Ao lado de uma arte agradável aos olhos, se apresentava uma dura crítica ao modo de vida contemporâneo, baseado no consumismo e no descarte, inclusive das relações entre as pessoas.

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Arte Minimalista

Para o artista moderno, a conclusão inevitável da necessidade de reduzir a arte ao básico foi o Minimalismo. Seus fundadores foram escultores americanos, como Donald Judd, que definiu o Minimalismo como “se livrar daquilo que as pessoas costumavam achar essencial à arte”.
Os Minimalistas erradicaram a marca pessoal, toda emoção, toda imagem e mensagem. Para obter um efeito tão “puro” e anônimo, usavam materiais pré-fabricados em formas geométricas simples, como caixas de metal e tijolos.
O Minimalismo foi uma reação contra a presunção do Expressionismo Abstrato e a vulgaridade do Pop. Prateleiras de metal numa parede ou vidraças no chão da galeria e uma prancha encostada na parede são arte minimalista.
A exposição minimalista definitiva foi a do artista francês Yves Klein, que mostrava absolutamente nada, apenas as paredes da galeria caiada de branco, contendo objeto algum e tela alguma. (Dois patrocinadores compraram a obra e Klein exigiu o pagamento em ouro). “Comparados a eles”, disse um marchand,Mondrian é expressionista”. 
Para esses escultores a forma mínima garante a intensidade máxima. Eliminando as “distrações” do detalhe, da imagem, da narrativa, isto é, tudo, eles pretendem forçar a atenção total do espectador para o que sobrou: “A simplicidade da forma”.
O Movimento Minimalista ocorreu nos Estados Unidos de 1960 a 1970. Trabalhava com forma abstratas, com módulos geométricos, transmitindo um aspecto limpo, nu e simples. Como técnica utilizava materiais feitos pela máquina retirando qualquer vestígio de autoria. Tinha como significado final a determinação de que “você é o juiz”.
Principais artistas: Donald Judd, Carl Andre, Dan Flavin, Sol Le Wit, Robert Morris e Richard Serra.

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Arte Conceitual

“A pintura morreu”! Proclamava o mundo da arte no final dos anos sessenta e começo dos setenta. Não só a pintura, mas também a escultura, segundo a opinião de um grupo chamado Artistas Conceituais.
“As obras de arte são pouco mais que curiosidades históricas”, disse certa vez Joseph Kosut. Isso não significava que a arte estava morta, esse desenvolvimento era apenas parte de uma tendência chamada “desmaterialização da arte objeto”. Em termos simples: se uma idéia criativa é fundamental para a arte, produzir um objeto concreto provocado pela idéia e supérfluo.
A arte reside no conceito essencial, não no trabalho real. Os minimalistas varreram da arte a imagem, a personalidade, a emoção, a mensagem e a produção manual. Os conceitualistas deram um passo além e eliminaram o objeto. “A própria idéia, mesmo se não tornada visual, é uma obra de arte tanto quanto qualquer produto” disse Sol Le Witt, que deu nome ao movimento.
De fato, os artistas conceituais criam obras, mas são obras que mal lembram a arte tradicional. O rótulo de arte conceitual é um grande guarda-chuva que abrange diversos movimentos – qualquer coisa que não seja pintura ou escultura, que enfatize o pensamento do artista e não a manipulação de materiais. Qualquer ato ou pensamento pode ser considerado arte conceitual.
Seguem-se algumas de suas formas:
Arte Processo: É aquela onde o próprio ato de se executar a obra já é a obra. Parecido com os expressionistas abstratos, os artistas descobrem significados ao fazer.
Arte Ambiental: É aquela em que o meio ambiente faz parte da obra.
Arte Performática: É aquela em que o artista use o próprio corpo diante da platéia.
Instalações: São exposições ocupando uma sala inteira com um conglomerado de objetos, palavras, vídeos, fotos com a pretensão de que o espectador chegue ignorante no ambiente e saia esclarecido sobre algum tema controverso que o artista lhe revela.

2 comentários:

Douglas Artes disse...

Olá! Gostei muito do seu resumo e dos exemplos. Coloquei um link desta postagem no meu blog para servir de exemplos para meus alunos. Obrigado por compartilhar conhecimento!
Professor Douglas - Artes.

Unknown disse...

interessante este documento, gostei muito... Vou partilhar com os meus colegas... Daniel, estudante de ed. Visual